24ago2019
24ago2019
Resenha: Auto da Compadecida
Oi, Leitores!!!
Essa foi a leitura de julho do Clube Literando e foi uma experiência deliciosa. Já assisti ao filme milhares de vezes e em cada uma delas é como se fosse a primeira vez e pela primeira vez li o livro foi único, achei que não fosse curtir, já que ele é um roteiro de teatro, mas foi bom demais ver o que o autor queria alcançar com a história.
Ariano Suassuna escreveu esse livro em 1955 e se passa aqui no meu amado Nordeste e mostra muito da essência deste povo. Além disto, podemos vivenciar o quão poética é a obra e todas as criticas sociais feitas pelo autor.
João Grilo e Chicó, os personagens principais, representam muito bem a realidade do nosso sertão, mostrando como é a vida dos menos abastados, já que seus patrões conseguem tratar uma cadela melhor do que eles.
A diversão da história começa justamente quando a cadela morre e a patroa deles quer que o padre abençoe a alma da cadela antes do seu enterro. João Grilo e Chicó são uma dupla e tanto, com jeitinho, improviso e uma bela mentira, eles convencem o padre a dar sua benção.
O bispo descobre a história e já está pronto para punir os envolvidos, até saber dos 10 contos de réis do testamento da cadela. E no meio de toda a "negociação" o cangaceiro Severino invade a igreja, ameaça a vida de todos e consegue matar alguns deles.
As suas almas irão para o juízo final e aqui, para mim, é o que temos de mais bela nesta obra. Suassuna com toda sua inteligência e simplicidade, mostra a realidade da miséria humana, a luta pelo poder, preconceito, mesquinharia, racismo e julgamentos.
Confesso que durante toda a leitura escutava a voz de Selton Melo e Matheus Nachtergaele e isso foi uma dose a mais para tornar esta uma experiência feliz! Espero ler outras obras do autor e continuar me encantando com seu trabalho.
O "Auto da Compadecida" consegue o equilíbrio perfeito entre a tradição popular e a elaboração literária ao recriar para o teatro episódios registrados na tradição popular do cordel. É uma peça teatral em forma de Auto em 3 atos, escrita em 1955 pelo autor paraibano Ariano Suassuna. Sendo um drama do Nordeste brasileiro, mescla elementos como a tradição da literatura de cordel, a comédia, traços do barroco católico brasileiro e, ainda, cultura popular e tradições religiosas. Apresenta na escrita traços de linguagem oral [demonstrando, na fala do personagem, sua classe social] e apresenta também regionalismos relativos ao Nordeste. Esta peça projetou Suassuna em todo o país e foi considerada, em 1962, por Sábato Magaldi "o texto mais popular do moderno teatro brasileiro".
Lido em: Julho de 2019
Título: Auto da Compadecida
Autora: Ariano Suassuna
Editora: Agir
Gênero: Ficção/Nacional
Ano: 2014
Páginas: 254
5 comentários
Eu acabei lendo esse livro na escola, achei sensacional, e olha que eu já amava o filme. Mas é uma leitura muito impressionante e mexe com a cultura brasileira.
ResponderExcluirBeijos
Mari
Pequenos Retalhos
Oiieee
ResponderExcluirEu só assisti ao filme e adoro demais, um dos melhores do cinema nacional de atualmente. O livro imagino que seja ainda melhor, um classico cheio de cores que resgata um pocuo desse maravilhoso Brasil do sertão.
Beijos, Alice
www.derepentenoultimolivro.com
Tive o prazer de conhecer esse senhor escritor de personalidade forte pessoalmente antes dele falecer e guardo esse momento com carinho .
ResponderExcluirTambém vi o filme é gostei muito ainda não li os livros dele, apesar de desejar, eles estão sempre muito caros, enfim quem sabe leia em e-books como você.
Obrigada por me empolgar com suas palavras e parabém pela leitura.
Olá Mara, tudo bem? Eu acho essa obra do ariano uma das grandes preciosidades da nossa literatura, a riqueza dos detalhes, do jeito que ele escrevia... Tudo é tão perfeito. Amo que a Nova Fronteira venha dando importância e lançando novas edições da obra.
ResponderExcluirOi, já perdi as contas de quantas vezes vi o filme de Auto da Compadecida, quero muito fazer essa leitura, gostei de conferir sua opinião e acho que eu também leria imaginando a voz dos autores.
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