11mar2015
11mar2015
Resenha: Fora de Mim
Olá, leitores.
O que havia entre nós era apenas uma vontade, uma enorme e insaciável vontade de investigar o que haveria no lado oculto da lua, ver onde essa maluquice iria dar, aonde poderíamos chegar, quem aguentaria mais tempo, quem seria o primeiro a jogar a toalha e, feito duas crianças, prendemos a respiração e mergulhamos um no outro para, em tese, nunca mais emergir.
Lido em: Fevereiro de 2015
Título: Fora de mim
Autora: Martha Medeiros
Editora: Alfaguara/Objetiva
Gênero: Ficção brasileira
Ano: 2014
Páginas: 117
|
Martha Medeiros sabe como ninguém colocar no papel as angústias da mulher
moderna, isso é fato! Mas ao ler Fora de mim cheguei à conclusão quase absurda
que como mulher ela conhecer ser mulher como ninguém mais, só Deus.
Socorro!!! Ela invadiu a minha mente e a de tantas outras mulheres ao
transpor para esta obra o que se passa no âmago daquelas que já deixaram de amar
ou foram deixadas na beirada do caminho tortuoso que é a estrada do amor. Se
não isso, ela também – como todo mortal – já sofreu os males de amar e crescer
em meio ao desgosto.
Fora de mim, por que me sinto assim, é um monólogo que fala mais pelo não
dito. A narradora conta àquele que a deixou de amar como se sentiu no momento
do abandono, o caminho percorrido para viver o luto de um amor que era e não
era para ser, de novos relacionamentos, os amigos inevitáveis, seus medos e
reflexões para de novo cair nas garras do amor.
..., eu chorei no domingo, na segunda, na terça, em várias partes do dia e da noite, um choro de quem pede clemência, de quem está sendo confrontado com a morte, eu estava abandonando uma vida que não teria mais, eu sofria minha própria despedida, morte e parto, eu tinha que renascer e não queria, sinto que caí num vácuo (...) você alguma vez chorou por mim, você sofre a minha ausência, sente minha falta?
Outro fato é que homens e mulheres amam de forma diversa, e formas MUITO
diversas entregam seu coração, seu corpo e sua alma quando amam apaixonada e
perigosamente alguém.
Só quem ama e já desamou sabe as dores de cada fase, o medo de enfrentar
o próximo passo e nunca mais amar ou ser amado. Você deve estar pensando que
repito aqui os enredos dos folhetins. Ledo engano... Fora de mim me apareceu
quando desamei e passei a amar a mim mesma. Fui abandonada... Desamei... Estou
a dar os passos seguintes... E o meu maior medo, você quer saber? Não amar
apaixonadamente outra vez, mas principalmente que ame alguém e não ao AMOR em
si.
Todos corremos todos os riscos, vivemos às vezes a doença da onipotência.
Mas, quem sabe, “com sorte, talvez eu consiga aceitar que no amor não existe
moral da história, enfim.”
Leitura faz parte do Projeto #DesafioLiterário2015 -
Categoria: livro de
uma autora mulher
0 comentários