02mar2016
02mar2016
Resenha: À Sombra da Figueira
Oi, Leitores!!!
Um livro que mexeu com meus sentimentos de uma forma profunda e doce, uma história envolvente e emocionante. Um livro que vale a pena ser lido e sentido.
Lido em: Fevereiro de 2016
Título: À Sombra da Figueira
Autor: Vaddey Ratner
Editora: Geração Editoria
Gênero: Romance
Ano: 2015
Páginas: 360
Sinopse: Para a menina Raami, de sete anos de idade, o fim abrupto e trágico da infância começa com os passos de seu pai voltando para casa na madrugada, trazendo detalhes da guerra civil que invadiu as ruas de Phnom Pehn, a capital do Cambódia. Logo o mundo privilegiado da família real é misturado ao caos da revolução e ao êxodus forçado. Nos quatro anos seguintes, enquanto o Khmer Rouge tenta tirar da população qualquer traço de sua identidade individual, Raami se apega aos únicos vestígios de sua infância — lendas míticas e poemas contados a ela pelo seu pai. Em um clima de violência sistemática em que a lembrança é uma doença e a justificativa para execução sumária, Raami luta pela sua sobrevivência improvável. Apoiada no dom extraordinário da autora pela linguagem, Sombras da Figueira é uma história brilhantemente intricada sobre a resiliência humana.
Finalista do Prêmio PEN Hemingway este livro vai levá-lo às profundezas do desespero e mostrar horrores abomináveis. Vai revelar uma cultura maravilhosamente rica, lutando para sobreviver através de pequenos gestos,. Vai fazer com que jamais sejam esquecidas as atrocidades cometidas pelo regime Khmer Rouge. Vai lhe encher de esperança e confirmar o poder que há ao se contar uma história de nos elevar e nos ajudar não somente a sobreviver, mas à transcendência do sofrimento, da crueldade e da perda.
Raami conhece o que é a guerra quando está com 7 anos. Uma princesa que tinha no seu lar todo amor e segurança necessários para ser feliz.
No período de 1975 a 1979, os Khmer Vermelho tentam impor ao país de Camboja o modelo comunista agrário. E assim, eles esvaziam a cidade, fecham escolas e hospitais, além de obrigar todos a saírem das suas casas em direção a um destino incerto.
Raami e sua família são expulsos de sua casa de forma brutal, não existe tempo para pensar e pegar tudo que seria necessário para a sobrevivência deles. E é assim que ela, seus pais, irmã, tia e Avó Rainha seguem para seu novo destino.
Eles são levados para uma aldeia longe e distante... Todo o trajeto nos é narrado de forma emocionante por Raami, que teve poliomelite quando mais nova e agora possuía uma dificuldade de locomoção. Ao chegarem nesta aldeia e mesmo com todas as situações que estão passando, Raami nos descreve o local e situação com um olhar belo e positivo, e isso não é apenas por ser uma criança, mas também por esta ter sido a forma que seu pai sempre a educou.
As descrições e visão de Raami nos proporciona momentos de leveza e até alegria no meio de todo o sofrimento, dor, drama e privação de toda a história... São aqueles alimentos para a alma, que nos acalma e nos faz acreditar que no final, apesar de todos os percalços, tudo dará certo.
Desde que li a sinopse, sabia que seria uma história com dor e sofrimento, que muitos personagens se perderiam um dos outros, seja por separações indesejadas, seja por falecimento... Tudo isso realmente acontece, mas apenas até um dado momento.
- Restarão poucos de nós descansando à sombra da figueira-de-bengala - a Rainha Avó murmurou de novo, e eu não entendia por que as pessoas loucas sempre sentiam necessidade de dizer a mesma coisa duas vezes.- A luta vai continuar. O único lugar seguro é aqui, debaixo da figueira-de-bengala.
Em contrapartida, temos a delícia de ver tanto sentimento bom pelos olhos de uma criança de 7 anos, que mesmo entendendo e passando por coisas tão ruins, não deixou de ver o lado bom da vida... E é justamente isso que faz com que esse livro não seja apenas mais uma história sobre guerra e genocídio. Raami é encantadora e por diversas vezes fez com que eu me emocionasse.

Uma leitura que eu indico para todos... Não é só mais uma história...
Para quem não sabe, a autora viveu essa realidade quando tinha 5 anos de idade... E decidiu contar um pouco do que viu durante quatro anos, antes da sua fuga com a mãe e perda de muitos familiares, de forma tão graciosa e nem por isso não sofrida...
Achei a capa do livro de uma beleza enorme, acredito que senti o mesmo que a Avó Rainha sentia quando estava sob a sombra desta árvore, eu sinto paz cada vez que olho para esta capa... Além disto, achei a ideia da diagramação do livro excelente, ela é simples e leve... E isso acompanha a personalidade da Raami....
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