Oi, Leitores!!!
Hoje é dia de resenha de livro do #DLBaianas! O tema de abril foi um livro encalhado na estante e Proibido é um livro que já tenho desde a época que foi lançado, mas ele foi tão comentado no mundo literário que não queria ser contaminada pelas opiniões, deixei o livro de lado e só hoje realizei a leitura.
Esse é o tipo de livro que mexeu com as minhas emoções, tabus, verdades... Ele me causou angústia, me fez julgar a cada página lida, me fez derramar lágrimas e me deixou arrasada com o seu final.
Toda a história se passa ao redor de uma família completamente desestruturada. O pai abandonou a família depois de se envolver com uma outra mulher, a mãe das crianças passou a viver uma vida de angústia, alcoolismo, raiva e um desejo de nunca ter parido nenhuma daquelas cinco crianças.
Quem trazia um pouco de normalidade, estrutura e amor para aquela família eram os dois filhos mais velhos, Lochan e Maya. Eles cuidavam dos irmãos mais novos em tudo e viviam extremamente sobrecarregados, pois além disso, cuidavam de si, focavam nos estudos e lutavam diariamente para terem dias melhores. Se aquelas crianças tem um pai e mãe, eles se chamam Lochan e Maya.
Lochan é um dos alunos mais inteligentes da escola, mas sofre de uma fobia social imensa, ele não tem amigos, não fala em público, foge de apresentações e qualquer outra coisa que se faça necessário ter relações interpessoais. Maya é uma menina cheia de vida, uma adolescente comum, que admira o irmão. Lochan confia demais em Maya, ela é a sua [unica amiga e a única pessoa que o conhece tão bem. É com ela que ele se sente seguro e tranquilo, é ela que o faz ter a certeza de que as coisas podem e vão melhorar.
As coisas se tornam difíceis, quando Lochan percebe que gosta de Maya muito mais como a sua irmã e começam a ficar mais difíceis quando ele se dá conta que seus sentimentos por ela são recíprocos, Maya se sente da mesma forma, ela nutre dos mesmos sentimentos por ele. E começam a desmoronar quando eles se beijam pela primeira vez.
Eles sabem que a sociedade nunca aceitaria a relação deles, que as punições são duras e pior ainda, a família deles será separada, eles não podem conviver sabendo que as crianças foram para o serviço social por culpa deles.
Como uma coisa tão errada, pode parecer tão certa?
A leitura deste livro é difícil antes mesmo de Lochan e Maya perceberem que o amor deles vai além de amor de irmãos. A forma como o pai abandona essas crianças, a forma como vivem, a forma como são tratados pela mãe, as questões psicológicas e emocionais de Lochan, a forma como Maya e ele assumem o comando desta família, mesmo sendo dois adolescentes de 18 e 16 anos. São tantas coisas que em determinado momento, achei que o amor deles era o menor dos problemas.
Uma leitura dolorosa que me causou angústia e tristeza, que me fez refletir sobre a vida de tantas crianças que sofrem por estarem em uma condição similar a desta família, que me fez refletir sobre minhas crenças, verdades e tabus. Uma história que me reforçou o quanto é importante preservamos e cuidarmos da nossa saúde mental, que me fez refletir sobre o amor e sobre o que somos capazes de fazer por aqueles que amamos.
Li todo o livro com o coração apertado, angustiada por não saber como tudo aquilo terminaria e desatei em lágrimas pelo final apresentado pela autora, primeiro pelo fato de que não tinha vislumbrado essa possibilidade de desenrolar dos fatos e segundo por ter sido um final que nenhuma pessoa merece ter, independente de quem ela é. Um misto de dor e amor.
Um livro que nos faz questionar sobre certo e errado... Um livro que não é para todos, mas que com toda certeza transforma algo em todos que o leem.
Lido em: Abril de 2020
Título: Proibido
Autora: Tabitha Suzuma
Editora: Valentina
Gênero: Romance
Ano: 2014
Páginas: 304
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Sinopse: Ela é doce, sensível e extremamente sofrida: tem dezesseis anos, mas a maturidade de uma mulher marcada pelas provações e privações da pobreza, o pulso forte e a têmpera de quem cria os irmãos menores como filhos há anos, e só uma pessoa conhece a mágoa e a abnegação que se escondem por trás de seus tristes olhos azuis.Ele é brilhante, generoso e altamente responsável: tem dezessete anos, mas a fibra e o senso de dever de um pai de família, lutando contra tudo e contra todos para mantê-la unida, e só uma pessoa conhece a grandeza e a força de caráter que se escondem por trás daqueles intensos olhos verdes.
Eles são irmão e irmã.
Com extrema sutileza psicológica e sensibilidade poética, cenas de inesquecível beleza visual e diálogos de porte dramatúrgico, Suzuma tece uma tapeçaria visceralmente humana, fazendo pouco a pouco aflorar dos fios simples do quotidiano um assombroso mito eterno em toda a sua riqueza, mistério e profundidade.